Febre- Pancho Belo Romariz

 



Dentro do próprio lamaçal de suor

Exalando meu cheiro acro de Cão

Minha surpreendente alucinação

Mostrou-me meus ossos tornados em pó!


Tonto em meu leito esgueirar-me tento

De uma ponta a outra do fétido lençol

Reflito no espelho olhos de arrebol

Rastejando, cansado, sujo e lento...


Levanto-me e uso dos móveis bengala

Como velho que nos próprios passos pensa

E no vômito banheiro seis passos aflição!


A febre que me queima há dias me encara

Extirpando a força do meu corpo intensa...

Eu, ajoelhando, à morte ladro: AINDA NÃO!

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