O Mistério de Guarabira - Lucas Medeiros


 


Precisamente, era uma tarde quente, o comércio estava bem movimentado e as

pessoas estavam distraídas como sempre. Ele, por sua vez, vinha caminhando lentamente.

Usava um óculos escuro, com um chapéu de pena, roupas em tons pastéis e é claro, com a

sua bengala. Era assim que se trajava o Guardião Sebastião. Do outro lado, vinha trajando

roupas pretas e também usava óculos escuros, era Joaquim, que vinha caminhando

lentamente, como quem não quer nada.

Sebastião estava sentado em um banco da praça dos pombos, já do outro lado da

mesma praça, Joaquim se sentava, ele se alongava um pouco e dali, mesmo distantes e sendo

que não eram nada humanos, começaram o diálogo. Sebastião tirou o chapéu para o seu

colega e fez um gesto pacifista como se tivesse dizendo: bem-vindo. Ele, dali, começa a falar:

- Vejo que o tempo não mudou você em nada - disse em tom irônico.

- Digo o mesmo a você meu amigo - responde Joaquim.

Uma mulher passa perto do homem de chapéu e estranha o fato dele estar falando

sozinho.

- As pessoas sabem da nossa existência? - pergunta Joaquim.

- Se elas soubessem, meu velho amigo, tudo estaria à beira do caos.

- São 50 anos nesse disfarce meu velho amigo, 50 anos em que estamos entre eles,

protegendo eles, deles mesmos.

- Somos apenas observadores, meu caro Joaquim. Vou te contar uma história, acho

que você está pronto para saber. Mas agora, falarei em sua mente!

- Certo! - concorda Joaquim.

“Certa noite, um jovem guarabirense teve uma inspiração que resultou em um livro, ele o

escreveu em cerca de 3 meses. Acredite, o livro ficou até bom, uma boa quantidade de

pessoas chegou a ler a obra. Mas o garoto só não sabe que, o que ele fez, realmente

aconteceu. Mas ele pensa que o homem de preto é apenas uma invenção dele, entretanto

meu caro, não é. Continue observando e como você diz, meu amigo, protegendo eles

mesmos. Somos guardiões, viemos de muito distante - fala olhando para o céu e em seguida

volta a olhar para o amigo - mas tem coisas que estão aqui a mais tempo”.

- Certo, e o que fazer, só observar.

- Sim, pois do mesmo jeito ele vem fazendo, não sei porque, mas suspeito que ele é

muito curioso, ou…

- Ou? - indaga Joaquim.

- Ele é maluco assim como no livro em que foi descrito e ama brincar com as pessoas,

como se fossem marionetes.

- Vou jogar dominó, quer ir comigo na outra praça?

Sebastião faz que sim e ambos saem dali, pouco tempo depois, um homem de preto

aparece, ele os observa e apenas fica sorrindo.

Fim.


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