Meia Noite de Terror- Luis Amorim

 



A meia-noite que em imaginários fílmicos cenários e não só,

apresenta-se não raras vezes, como horário de terror com seus

impiedosos medos, tinha acabado de soar e no regresso a casa,

apercebeu-se ele de movimentos por entre árvores próximas,

apenas quando luar perspectiva deixava perceber algo ou talvez

vulto escondido, na certeza quase evidente, caminhando no

sentido de acompanhar seus passos, cada vez mais assustados.

Tentou gritar, mas tremor agitado barrou o som que esteve

prestes a dar alerta caso alguém nas proximidades estivesse a

postos em socorro de ocasião. Solução encontrada na fracção

de segundos vista como salvadora, foi o correr na rapidez que

não evitava o vislumbrar da escuridão por entre largas árvores,

sentindo-se fitado directamente nos olhos, pelo horror em

forma de vulto na dimensão ao seu medo, ouvindo arrastar de

pesada espécie na obcecada perseguição, assim deduziu em

velocidade soluçante. Imaginava sangue na gulosa esfomeada

mira de quem perseguia, em cada vez mais tenebroso bairro,

quando árvores já tinham ficado para trás, mas continuando a

sentir ofegante respiração não muito distante de si, quase 

parecendo várias criaturas pelos sons, nada conferidos, apenas

pressentidos, uma vez que vontade de chegar a casa era de

rapidez, sem paralelo com momento algum da sua pretérita

vida. Queria muito voltar a respirar pelo merecido sossego e

prédio de habitação salvadora estava mesmo a lhe dar por

brevidade aliviada, o seu acesso, quando ao se deparar com a

porta de entrada acolhedora, anteriores sons por sentidos

ameaçadores, pareciam ter desaparecido. Mas estava alguém a

surgir ao seu nível de cumprimento, na figura da vizinha de

andar superior, a qual bastante sorridente em cumprimento,

deixou pronto convite para uma visita com direito a bebida

calmante e bem quente, pois que estaria mesmo a precisar

como tão evidente se agitava caminhando, quase parecendo ele

em apressada fuga de incógnita, eventual maléfica criatura.

Surpreendido, ainda indagou para que dia seria feito um nobre

convidado, sem perder sequer fracção de surpresa, na resposta

instantânea e risonha a indicar-lhe claramente que poderia subir

de imediato à residência dela.

 


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