O Elemental- E.B. Toniolli
Como um grito, nasceu à criação.
As trevas eternas gritaram de dor,
Sentindo os raios de luz em sua imensidão,
Corrompendo o que antes era eterno, aterrador.
As moléculas juntaram-se em corpos uniformes,
Carregados do caos e da ordem.
Seus tentáculos desconformes e enormes,
Um nada ao tudo ao esquecimento formem.
O cerne da gênese estava criado.
Donde toda a existência surgiu,
Donde todo o ódio foi demonstrado,
Donde toda agonia, enfim, emergiu.
O quebra-cabeça plasmático, criado.
Todas as emoções perdidas no esquecimento,
Reunidas no casulo sagrado,
Alimentado pela força do vento.
Criou-se o elementar, inconsciente,
Cuja existência preenche toda existência.
Concebe o fogo voraz eternamente
E alimenta toda a demência.
O Elemental inconsciente, desperta.
Eis que toma, enfim, consciência.
Vê a porta do âmago aberta,
Reconhece sua onipotência.
O equilíbrio é mantido, profundo,
Esquecido no atol do subjetivismo
Plasma do qual foi oriundo
Descansando no absoluto ostracismo.
Cada qual é um Elemental,
Perdido na imensidão do seu ser,
Evoluindo da estrutura somática vulgar,
Um marca do que um dia viveu.
Inconsciente de sua própria soberania,
Prende-se a vulgaridade irreal,
Deixando ser induzido à tirania,
Das algemas do todo sentimental.
Evolui somente nas cruzes,
Para entender todo um universo,
E tudo que lá existem, a escuridão, as luzes,
Cabem numa palavra, num verso:
EVOLUA...
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