Cinzento Verão- Wender Lucas Fernandes
A chuva cai a noite lavando os pecados que na rua habitam;
Enquanto a minha alma, trancafiada na masmorra do corpo, vive a melancolia dos momentos,
Transbordando-se em lágrimas que escorrem sem moderação de teor alcoólico.
Mais um dia sou decepção a ser lavada pelas águas que escorrem pelos esgotos, seguindo em direção aos rios que abrigam corpos putrefatos, oriundos de suicídios coletivos.
Aqui dentro, passo fome à procura das comidas que foram escondidas por não poder pagar;
Enquanto a soberba caminha de dentro para fora, entre os leitos mortuários.
Amanhã, as ruas estarão cheias dos restos mortais deixados pelos enfermos da alma, que um dia sorriram para o céu azul de um cinzento verão.
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